Somos
todos iguais.
Eu
trabalho muito, me canso.
Eu
como, durmo, sonho...
Vou
a lugares que nunca vi _ acho até que nem existem _ mas que eu os conheço bem.
Eu
ando, passeio, tropeço às vezes, às vezes xingo, solto pum, descanso.
Às
veze eu rio.
Eu
sou como todo mundo, por que não chorar?
Mas
chorar não compensa.
Chorar
reduz o tempo de vida.
E
a vida é tão curta!
Mas
às vezes eu choro.
Choro
às escondidas, mas eu choro.
Eu
passo as vistas no jornal, ouço notícia, vejo coisas... aí, eu choro.
Mas
a gente deve sempre chorar às escondidas, pois o mundo não perdoa os fracos,
e
chorar, dizem os loucos, é o maior sinal de fraqueza.
E o
mundo, você sabe, pertence aos loucos.
Outro
dia, um Senhor deu uma missão a um homem, seu filho, e o enviou para que
salvasse o mundo, implantando na terra um reinado onde imperasse somente a paz
e o amor. Nós O crucificamos. E o pior, no mundo, ele se sentira desamparado e
traído pelo Pai que o enviara. Mas amou o mundo, o homem, e as coisas do mundo,
e tomou para si as dores do mundo...
E
o mundo se viciara em mortes, em guerras, e as guerras tornaram-se solução. E a
paz e o amor tornaram-se utopia...
É
por isso que eu rio quando choro, o mundo pertence aos loucos.
Mas
o homem se cansou da terra,
Criou
uma máquina e se mandou pra lua.
Mas
achou a lua terra inóspita, então ela servirá apenas de estalagem para que
possam ir mais além. Vão para marte, e depois, num alberguezinho bem ao lado de
marte, planejarão a estratégia para ir, ir, ir... Para onde?
Do
que fogem?
Será
que temem o dia em que o filho dará as mãos ao Pai e Este veja as marcas da
crucificação?
Quão
tolos são os homens! Chegam à quase inocentes.
Mas
no julgamento não há meio termo, ou se é réu ou se é vítima.
E
todos nós somos iguais!...
Um
momento, ouviu isso?
É
a trombeta-do-juízo-final.
Agora
todos nós ficaremos de joelhos, postados, de braços abertos como em crucificamento.
Talvez
ainda dê tempo de pedir perdão.
Você
tem coragem de chorar?
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